No momento em que se aproximam as eleições presidenciais na Venezuela, e considerando este um momento de grande importância, não só para o povo venezuelano, mas para toda a América Latina o CPPC enviou a seguinte carta ao Sr. Embaixador da República Bolivariana da Venezuela em Portugal:
Senhor Embaixador da República Bolivariana da Venezuela
O povo português, mau grado as dificuldades económicas que hoje o país atravessa – geradas por logros de política interna praticados ao arrepio da Constituição de República e pela gula sem limites do capital apátrida – mantém-se fiel aos princípios e ideais da Revolução de Abril de 1974 que colocaram Portugal nos caminhos do Progresso, da Justiça Social e da Solidariedade com todos os povos da Terra, dando continuidade à luta sem tréguas pela sua concretização.
É neste contexto que o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), interpretando o sentimento e o crer do povo português, manifesto na sua Constituição, vem, na pessoa de V. Exa, expressar ao povo da República Bolivariana da Venezuela o seu mais veemente desejo que as eleições de 7 de Outubro sejam mais um passo na transformação progressista e na concretização de um futuro melhor para os Venezuelanos, para a América Latina e para o Mundo.
A Direcção do CPPC
O CPPC condena o autêntico golpe de estado institucional que depôs o Presidente do Paraguai, Fernando Lugo, eleito democraticamente pelo seu povo, e considera que o governo português deve ter uma posição firme de não reconhecimento do governo golpista, a exemplo do que fizeram outros governos, designadamente na América Latina.
O CPPC solidariza-se com a resistência do povo paraguaio, bem evidenciada na resistência às pressões e ameaças do poder golpista contra a estação de televisão pública do Paraguai e seus trabalhadores, na certeza de que o povo paraguaio saberá repor a legalidade democrática e impedir o retrocesso das conquistas democráticas e sociais do país.
O CPPC saúda o início das negociações com vista a um processo de paz na Colômbia
Para todos os que lutam pela resolução pacífica dos conflitos a recente evolução da situação politica na Colômbia não pode deixar de merecer uma especial atenção.
O «Acordo Geral para o termo do conflito e para uma paz estável e duradoura», recentemente assinado entre o Governo da Colômbia, presidido por José Manuel dos Santos, e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - Exército do Povo (FARC-EP) é o resultado de um diálogo entre as partes que – iniciado há largos anos, mas sem alcançar sucesso –, foi retomado há seis meses, contando com a participação do Governo de Cuba e do Governo da Noruega, como garantes, e com o apoio do Governo da Venezuela, como facilitador de logística e acompanhante. Um acordo que poderá representar um passo decisivo para pôr fim a um conflito armado que se mantém, naquele país, desde há mais de 50 anos.