Em mais um aniversário dos massivos protestos do povo palestino contra a confiscação das suas terras pelo Estado israelita, o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) reafirma a sua inquebrantável solidariedade e apoio à corajosa luta daquele povo por um Estado livre, independente e viável nas fronteiras anteriores a junho de 1967.
Em 1976, o governo israelita confiscou milhares de hectares de terras de vilas palestinas na Galileia, a fim de proceder à expansão ilegal de colonatos, o que originou uma greve geral e o repúdio generalizado entre a população palestina. A 30 de março, as tropas israelitas reprimiram duramente um protesto pacífico, tendo assassinado seis palestinos e ferido e prendido centenas. Cidades e vilas árabes foram declaradas zonas militares fechadas pelas autoridades israelitas e em muitas foi declarado o recolher obrigatório. A data passou a ser designada por «Dia da Terra» e celebrada pelos palestinos como marco da sua história, luta e identidade como povo.
O roubo de terras palestinas e a expansão de colonatos ilegais não tem parado após aquela data. Só por si, a implantação do muro de separação representa a anexação de 45% dos territórios palestinos ocupados por Israel na margem ocidental do Rio Jordão, deixando cerca de 12% da Palestina histórica para os palestinos viverem.
Na confiscação de terras Israel recorre a dois métodos principais. Nos territórios ocupados em 1967, bastam ordens militares (até hoje mais de 1300!). Quanto a terras e propriedades palestinas em território israelita o Parlamento de Israel tem emitido dezenas de leis com aquele objetivo – como, por exemplo, as que atribuem a uma entidade privada a gestão das propriedades de palestinos “ausentes” (porque foram obrigados a fugir!), para que as mesmas possam ser vendidas, mas apenas a judeus ou entidades judaicas. Foi, assim, autorizado o roubo das propriedades de mais de um milhão de Árabes desde a formação do Estado de Israel.
As ilegalidades e crimes do regime sionista de Israel contra o povo palestino são inúmeros, graves e prosseguem sob os olhos de muitos que continuam a ser coniventes com eles, seja por oportunismo, efetiva cumplicidade ou, simplesmente, por subserviência para com o grande parceiro do sionismo, os Estados Unidos da América.
Porém, nestes tempos extraordinariamente difíceis, em que tão necessário é romper com a malha de silêncio e hipocrisia que alguns procuram tecer em torno da causa palestina, o CPPC mantém-se ao lado desse corajoso povo e convida os homens e mulheres democratas e defensores da paz a acompanhá-lo na defesa do Estado Palestino nas fronteiras anteriores a 4 de junho de 1967 e capital em Jerusalém Oriental, e pelo direito de regresso dos refugiados palestinos e a libertação de todos os presos políticos palestinos das prisões israelitas.
A Direção do CPPC