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O Ministro palestino Ziad Abu Ein, Presidente da Comissão da Autoridade Palestiniana contra o Muro de Separação e os Colonatos e membro do Conselho Revolucionário da FATAH, foi ontem assassinado por soldados israelitas, enquanto participava numa acção pacífica na aldeia de Turmusaya, perto de Ramallah.

Abu Ein e a população palestina da vila de Turmusaya plantavam oliveiras, um acto simbólico de esperança num futuro de paz para o povo palestino, quando foi brutalmente agredido por soldados israelitas, acabando por falecer.

O seu assassinato e as circunstâncias em que ocorreu, são mais um exemplo, entre tantos outros, da crueldade, injustiça e ilegalidade das acções das tropas israelitas ocupantes de território palestino, representando um crime sobre todo o povo palestino que Abu Ein representava. Um acto que enfatiza a crueldade e ilegalidade da ocupação israelita e a cultura de impunidade que persiste.

A violência diária que ocorre sob a ocupação israelita não deve continuar. A todos os activistas da paz coloca-se a necessidade de denunciar e agir exigindo que o Direito Internacional seja respeitado, que Israel pare de cometer crimes de guerra e que acabe definitivamente com a ocupação e a opressão, actuações incompatíveis com o respeito pela legítima constituição do Estado Palestino independente e soberano, nas fronteiras de 1967 e com capital em Jerusalém, como reconhecido internacionalmente e consagrado nas resoluções das Nações Unidas.

Expressando as suas condolências à família do Ministro Abu Ein, à Autoridade Palestiniana e a todo o povo palestino, o CPPC reafirma a sua solidariedade com a sua luta e relembra os compromissos firmados na declaração final do Seminário Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino, realizado em Almada no passado dia 29 de Novembro, nomeadamente:
• esclarecer cada vez mais o povo português sobre a dramática realidade na Palestina e mobilizar a solidariedade activa, denunciando em particular os crimes, as guerras e as violações de direitos, cometidas por Israel contra o povo palestino;
• reclamar a condenação internacional dos dirigentes do Estado de Israel pelos crimes cometidos contra o povo palestino, designadamente durante a ofensiva militar levada a cabo contra a população palestina da Faixa de Gaza;
• lutar pela libertação de todos os presos políticos palestinos detidos nas prisões israelitas, entre os quais Marwan Barghouti e Ahmad Sa'adat.
• denunciar todas as formas de colaboração do Estado ou de empresas portuguesas com a ocupação israelita e os seus crimes, promovendo acções de boicote e exigindo a denúncia e cessação de acordos cúmplices - como o Acordo de Associação entre a União Europeia e Israel;
• exigir que os governos portugueses cumpram a sua obrigação constitucional e tomem claramente partido pelo direito do povo palestino «à autodeterminação e independência e ao desenvolvimento», e em particular exijam o cumprimento das numerosas resoluções da ONU sobre os direitos do povo palestino;
• exigir que os governos portugueses utilizem todos os mecanismos ao seu dispor para alcançar esses fins, incluindo através da sua presença nas estruturas da União Europeia e das Nações Unidas, incluindo no Conselho de Direitos Humanos da ONU;
• exigir que o Governo e o Parlamento portugueses tomem posição clara a favor do reconhecimento do Estado da Palestina, posição já assumida pela esmagadora maioria dos países do mundo - muitos dos quais há várias décadas - e que tem vindo a ser recentemente alvo de votações em vários Parlamentos de países europeus.

PALESTINA VENCERÁ!

A Direcção Nacional do CPPC
Lisboa, 11 de Dezembro de 2014