Por ocasião dos 63 anos de existência da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte), criada, a 4 de Abril de 1949, por 12 Estados – EUA, Canadá, Reino Unido, França, Itália, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Dinamarca, Islândia e Portugal –, o Conselho Português para a Paz e Cooperação sublinha que este bloco político-militar foi projectado como um instrumento ao serviço dos interesses do imperialismo.
Ao integrar Portugal, que, na época, era dominado por uma ditadura fascista, como seu membro fundador, a NATO tornou logo claro que a sua constituição não visava a promoção e a defesa da democracia e da liberdade, mas apenas a tensão, a escalada armamentista e a ameaça de agressão militar aos países socialistas.
Ao longo dos anos, a NATO tem sido um instrumento de repressão dos povos e da sua luta e anseio pela construção de um mundo de paz e de progresso económico e social.
O seu alargamento, com a integração da Alemanha, da Grécia, da Espanha e, mais tarde, ao Leste europeu e aos Balcãs visou, essencialmente, o cerco à Rússia e a instalação de bases militares dotadas de armamento altamente sofisticado, como o actual sistema anti-míssil.
Foi neste quadro que a NATO decidiu realizar uma revisão do seu Conceito Estratégico para o ajustar ao objectivo de intervir de forma ofensiva, à revelia da Carta das Nações Unidas e do Direito Internacional, como aconteceu com a intervenção na Jugoslávia.
A última versão do seu Conceito Estratégico foi aprovada na Cimeira de Lisboa, a 20 de Novembro de 2010, reafirmando a ambição da NATO de exercer, à escala mundial, o papel de instrumento militar do imperialismo, o que teve, de imediato, aplicação na agressão e destruição do Estado líbio, mantendo constante a ameaça no Médio Oriente, à Síria e ao Irão.
O CPPC, recordando a Campanha em defesa da Paz e contra a Cimeira da NATO em Portugal – Campanha «Paz sim! NATO não!» – e reafirmando os seus valores e objectivos, considera que a dissolução da NATO é uma condição indispensável para a Paz no Mundo.